Thursday, October 15, 2009

Que existe par, para os ímparfeitos






Há quem não tenha tampa.
Quem flertes não planta.
Que amores nunca colhe.
Que se acolhe,
Dentro da própria ímpar.feição.

Há quem sempre seja pescado por uma paixão.
Somente pesca dor de ilusão.
Pescador numa maré cheia,
Mas amar é vazia onda,
Que ronda estrago intragável.

Há quem seja apenas ímpar feito,
Que nunca há de partir-se par
Que em pista de mão única,
Acabe na viela e na contra mão.
Há quem não perceba o refrão.

Dentro da própria ímpar feição.

Ádila Ágatha de Carvalho (setembro de 2009)





Ímparfeitos

Eu quero um amor de heresia,
Livre,
Aprisionado pelo sentimento.
Mas sem o firmamento
Dos supérfluos acordos terrenos

Um amor puro,
Aonde não se peça a mão.
E nem se ambicione ter o corpo,
Ou apenas o coração

Um algo que seja pleno,
Mesmo aparentemente tolo.
Que tenha mais euforia
E não só as intenções de outro.

Que sobreviva no descaso,
Por andar descalço de cobranças,
Porque apenas impulsiona,
Ser amor e nada mais.


Ádila Ágatha de Carvalho. (outubro 2009)






O Outro

O Outro,
Pro corpo quente que sente frio,
Pro coração cheio, de tanto vazio...
Pro possível afago,
Pro provável agrado,

O outro
Até pro inesperado...

O poço,
Até pra falta de fundo.
Até pro solitário balde suicida n’uma corda

O poço,
Até pra falta d’água.
Para adentrar, adentrar...

O fio positivo,
Do suposto oposto que atrai,
O afio, negativo...

O par,
Pro número que não casa com outro,
Mas que pode vir a dividir...
O par,
Pros ímpares...

Ainda que não par.ecida simetria,
Impar feitos de diferenças,
Perfeitos para incumbência
De se fazer companhia
De dois mundinhos a.par.tes.
Pros que procuram florestas
Dentro de árvores...


Ádila Ágatha de Carvalho.   (Maio de 2006)



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