Thursday, February 09, 2023

O SAL TEMPERA. SEM MEDIDA, ADOECE.


PASSEI POR ALGUM BECO

POR ONDE AO LONGE OLHEI O MAR

COM-PAIXÃO

ME FECUNDEI DE OCEANO

E NÃO CONSIGO PARAR DE CHORAR.

HÁ EM MIM O ESPANTO

DA DESCOBERTA DESSE SAL.


A CADA ONDA,

QUE EU PENSEI JÁ MENSURAR AS DIMENSÕES

ME SURPREENDO

COM O PODER DOS VENTOS.


POR QUANTOS MARES ESSE VENTO SE ARRASTOU

ATÉ FORMAR ESSA IMENSA ONDA

QUE ME JOGOU

E ME LEVOU A ESSE ESTADO DE...

MEDO?

INSEGURANÇA?

COMO ESSE CORPO DESAPRENDEU A

EQUILIBRAR SUAS ÁGUAS?


POLUIÇÃO;

"A DEGRADAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE UM ECOSSISTEMA

POR REMOÇÃO OU ADIÇÃO"

- NÃO!

COMO, SEM A MINHA PERMISSÃO?


Tuesday, November 17, 2020

SHIKOBA

 

    "Há uma tribo africana que tem um costume muito bonito. Quando alguém faz algo prejudicial e errado eles levam a pessoa para o centro da aldeia e toda a tribo vem e a rodeia. Durante dois dias eles vão dizer a ela todas as coisas boas que já fez. A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom. Cada um de nós desejando segurança amor paz felicidade. Mas às vezes na busca dessas coisas as pessoas cometem erros. A comunidade enxerga aqueles erros como um grito de socorro. Eles se unem então para erguê-la, para reconectá-la com sua verdadeira natureza, para lembrá-la quem ela realmente é, até que a pessoa se lembre totalmente da verdade da qual ela tinha se desconectado temporariamente: "Eu sou bom".(


Puro desabafo.
Para além do território
geográfico
Busco nesse tal de
Atlântico
para além do passado
um presente palpável
que cabe no
abraço
entre mulheres
que não se odeiam.

Gotas de 
insistência
que nos una
e nutra
toda nossa vida
Pretas e
Indígenas
mostrando que
semente
com atenção
e cuidado
vinga

Como está seu fôlego? Acha que precisa pausar ou pode seguir? O que seus olhos procuram no horizonte? Do que você tem falado sobre quem tu és? Está respeitando seu ritmo? Como você se movimenta ao perceber que algo te aflige? O que pode fazer pela vida? Como está se cuidando nesse momento? 

Meditação.

Coletivo
Comunitário...
Qual atitude vai marcar essa passagem(?)
Nos entalhes
cada detalhe
lapida.


Irmã, você não está perdida.

Tuesday, August 18, 2020

PONTO DE VISTA



A cedilha
entre a forca
e a força 
era a vírgula 
que afastava
o ponto
final.


Saturday, January 27, 2018

__ Exspectare ___


Li o roteiro de um filme.
Que me deixou ansiosa por assisti-lo.
Tão ansiosa fiquei,
Que acabei sucumbindo.

Passou a fazer parte do meu caminho.
Moldar meu olhar na vida.
Todas as flores do meu caminho.
Eram as palavras escritas.

O mundo dá voltas, eu acredito
E você acaba ferido
Pelas flechas que um dia atirou, 
distraído.

Magoando alguém sem perceber.

O que me choca, não é o destino.
Esse eu reverencio e respeito.
(Será o pessimismo no meu peito?)
A vida é maravilhosa.
Tem tanta aprendizagem nessas lágrimas.
São lástimas que ensinam
Que afloram os sentidos.

Maldita expectativa.
Essa faceira emboscada.
Enche nosso peito de ar
Convida a mergulhar.
Mergulhar fundo.
Cada vez mais fundo...
Sem calcular, sem se dar conta,
Que pode não dar tempo para voltar,
Para respirar...
Vira ilusão.

Expectativa.
Suposição incerta
É bonita, nos convida para dançar.
Quem nunca levou um caldo nos sentimentos que mergulhou?
Pior ainda quando é você mesmo, o sabotador.

(Que cria e alimenta as dores que nem precisariam existir)

É preciso respeitar.
Cada um  tem sua história.
Cada um sabe o peso das dores que sente.
Que percebe o que pode ou não suportar.
E deixar o próprio sentimento emergir.
Com o TEMPO.
Se for amor.
Se for, há  mar.



Wednesday, January 10, 2018

_____Amor-tecer____



Encontrar a tesoura amô-lada.
Para esse afeto tecido.
Estendido na vida.
Por vezes sem molde.
Sem saber a medida.

Feito cacos colados,
Aproveito os retalhos.
No meu peito cós-
turado.


Thursday, January 04, 2018

_____________ SOLAR_____________



Na tranquilidade em que as palavras bailam
Nessa escuridão é chama
Timbre, ritmo, tudo que falas...
Flama

Vou puxando as rédeas
Pra reduzir o desejo
Conduzida pelo ardor
Me banho em água fria
Cavalo com arreio,
Trotando  em agonia.

Filtrando novamente
O querer pondera
Pousa em mim a vontade
Sem espera
Espeta. Quase dói.

Talha-me o rosto, 
Sorrindo
Beijos palavra. Tudo é palavra
Será que é sol isso?

Sol aquecendo o grão
Por sobre a terra nada se vê
Ainda...
Nada brota, 
Mas está rica
Eu sei
É fértil e ancestral
Dentro do mistério em que mora.
É até surreal. 
Pedra que jorra.

Observo o lápis
Revejo a imagem
Tateando, 
Os olhos lambem
Acariciando...

"meu amor juro por Deus me sinto incendiar"

Vem da janela uma brisa
Observo a luz que na parede dança
Sou a parede
O inusitado me queima,
Encanta.

Talvez  tudo volte a ser escuridão
(o talvez vai pra gaveta agora. Fica aí!)
Não se pode viver dando as costas
Aos verbos imperativos
Que imploram
Que suplicam

Todo o corpo que vejo 
Mesmo por caracteres, pixels
Tem calor, Tem cheiros (duvidas)
Será que ela existe mesmo?

Intempéries.
Após dela,
A vida resplandece
Isso é verdade.
Saúdo as tempestades

Tento novamente desenhar a boca
Escreve beijo
Leio.

"... quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus, resolvem se encontrar..."

"Que frio que me dá o encontro desse olhar"

(desenhado com lápis. Um pouco de guache. Uma gota de amanhecer em colagem, para uma filha de Iansã com Ogum, moça flor, cheia de pólen. Também de Leão (da mesma data que eu), amante da da natureza.  Poesia e arte. Muito Prazer)

Friday, September 08, 2017

Afetivamente.

Tantas amizades
Sem pretensões
Tornam-se amores
Sem previsões

Do sorriso recíproco
Ao desejo velado
Ao que é de bom grado
Correspondo

Talvez me expondo
Depois de tanto esperar
Tentando não ser impulsiva
E simplesmente me jogar

Mergulhando de cabeça
Ou melhor dizer,
de coração
Sem saber se da rima
ou se afetivamente não.

Novamente levada
Pelo que  prende minha atenção
Mesmo que seja só brincadeira
ou se afetivamente não.





Tuesday, May 16, 2017

O que há de bom
puro
e verdadeiro
São alegrias diárias
Que aquecem
sem grandes roteiros

Thursday, April 27, 2017



Nessa madrugada em que o frio se aproxima
e que acordei de um sonho, embora ainda me sinta nele
Uma xícara de chá
Jogou mais charme
Que uma taça de vinho
e me seduziu.
Me deixei seduzir.

Falando no sonho,
Triste é
quando acontece aquele encontro
E se acorda...
Instante indesejado.
Havia varanda
Havia saudade
Havia diálogo.
(e era Bahia.)

Chego até a sorrir
Mas também sinto aflição
Vem e sopra a poeira da lembrança
e o amor fica visível
No meu coração.

Pego a embarcação do afeto
E navego livre
No rio da recordação.




Friday, February 24, 2017

Me diz ame. Me desarma.




Quem foi que disse
que estavas pecando
em deixar o calor
tomar conta dos panos?

Quem foi que moldou essa culpa?
Que disse que é tudo ternura...
Tem hora que é brasa
Tem hora que é brutal
Tem hora que arrasa.

Porém,
E aí eu escuto bem latente
Tem hora que é frágil
Que é tenso
E que é mistério pra gente.

E aí,
O sentimento fica evidente,
A alma sente
E a vida decora,
um sorriso n'a gente.

Caminhando,
totalmente aprendiz.
Enxergando, não tão claramente
O que o florescer
nos diz:
ame!
nos desarme.
Se apaixone.


Thursday, February 23, 2017

metAMORfosse





Se amor fosse meta
Se meta amor fosse
Se fosse foice,
me contaria
talvez

Foi-se ou fincou-se?
Me questiono
Mas sigo sentindo
Que de certa forma
Esse amor
me serve de abrigo.

Friday, November 04, 2016

Elucubração




Lá vinha o tempo,
Adentrando o texto
Resgatando o passado.
Conforme o desejo do verbo
Eu reacendo ou apago?

Numa madrugada de prosa
Que preencherá
E que se perderá, enfim
Será que na hora certa
irá depor
à favor de mim?

O silêncio é um rascunho
Que talvez nem seja relido
Deixo ressurgir entre as lembranças
Seu modo precioso
e preciso
de repente...
Queimando feito chama livre
Se expandindo com o vento.

(... um grande trago e longa pausa)

Assim como veio
A lembrança se foi
Apressada.
Fez-me guerra
e desistiu da batalha.

Tudo fica oco.
Um vazio sem lamentação
Oco
Que algumas vezes é flauta
Que soa linda canção
E outra um murmúrio horrendo
que doe ao coração.

Novamente o tempo,
Adentrando o texto
Resgatando o passado.
Conforme o desejo do verbo
Reacendo
ou apago?

Soprei!

(... havia nesta cadeira uma mensagem que dizia: Mariana, te amo. Fiquei, então, pensando sobre o sentimento que criou essa ação, de declarar-se. )





Friday, August 21, 2015

Doses depois.





Depois de algumas horas pensando.
Depois de ouvir a tua voz,
cantando.
Depois de achar a vírgula,
do lado certo da frase,
quaSE
outra fase.

Virei a outra face.
Dei um tempo.
Desejando que você fosse feliz...
virei o lado B do CD.
Sintonizei AM.

Perdi onde estava.

Parei de procurar.
Aonde e onde. (a regra que não entendo/lembro)
Nadei nua.
Resolvi.
O que é o que é?

... algumas telhas já sumiram as letras das teclas.
E daí, José;
- disse alguém
e nem sei onde.

Tonta!

e tal...
Ele disse: - Você não devia fazer isso... (sóbrio)
Eu já pra lá de Bagdá (sem entender muito de Geografia) disse.
- Vírgula!

Ela me deu um beijo.
A história já tinha acabado e não tinha segundo livro.
Segundo tempo.
O que mesmo?

Conversas nas cadeiras dos bares.

Eu que perdi um dos Capítulos.
Não fazia sentido e...
já disse tonta?
Blá.
O garçom trouxe outra.
pensei;
Deus abençoe aquele sorriso faceiro
da menina
que canta
nas escadas de uma noite
tão passageira
quanto as outras.

Saturday, August 08, 2015

Mar e amor em um mesmo estrofe.









O que ele espera afinal?
Seu nome na minha assinatura?
Seus valores na minha rotina?
A presença contínua nas minhas lembranças?
O que ele quer? 

Um dia esbarrei comigo
Estava apressada.
Dei um tempo de pensar no que ele queria.
Porque o amor tem outras facetas
Sou menina mesmo
Pra tudo isso.

Ei de aprender
a revisar, a rever, a filtrar...
A amar de maneira plena
e nessa coisa toda
mergulhar
no mar
serena.

Monday, February 02, 2015

É do ar, do mar, da terra.





Quero então partir
feito folha que se desprega e voa
Sair a toa
Sorrir sossegada

Reaprender alguma coisa.

A excitação de conhecer
se surpreender,
achar inusitado;
Tua palavra passageira
na lembrança de um dia
que tem pó
tempo eira.

Algumas sensações na vida parecem ferir
e não lapidar.
Minha paixão por você diluiu
e algo de mim se foi
naquilo que era nós dois.

Busco na angústia de ter perdido
O reflexo de ter vencido
Pois poderia nunca ter te encontrado
E gozado sozinha noites de poesia e tabaco.

Me amando sozinha
Com a lembrança do que éramos
Deixei o tempo parado na lembrança
vou deixar acontecer, é do ar.

Nesse trecho em que me acho
A folha cai no riacho
Corre tranquila
e escorre lá embaixo.
)

Monday, November 24, 2014

Com-versar-só e o verbo.



Enquanto você dormia,
o meu amor latente
carecia de atenção
sorte ser na vida, sonhadora
e nos imaginar, mesmo na segunda,
arrumando uma mochila
e saindo por aí;
prosa e ar
com versar.

Na realidade, muitas vezes acho estranho
agora, que de fato a gente se juntou uma coisa par
Sua poesia descansar
Enquanto eu rogo pro dia
algo criativo de nós dois.

Penso que se a raiva que também sinto
Fosse, pelo menos,
algo sempre suportável,
eu não quebraria as suas coisas
com martelo
e com sorrisos.

Preciso segurar minha onda
Precisar de ajuda
é algo relativo
tem gente que sonha sozinho...

Vou mudar você de personagem.


* (imagem: desenho que fiz na parede da antiga casa 2012)


Como adquirir
Tal tranquilidade
e não sofrer pelo grão
mergulhada em agonia...

Algumas vezes
O sabor que eu já provei
Dessa solidão acompanhada
Traz vontade absurda
Faz vontade calada.

Um querer que o vento leve distante
As promessas que nem vou cumprir
De querer que feito estrela cadente
Um romance na assadeira quente
Se apresente à  mente confusa.

Voando feito fantasia
coisa sem matéria
material para escrita
personagem novo.

Pra não estragar,
sempre partindo antes
dessa vez a âncora não permite
que esse barco vá muito longe.

Uma carta em sua porta
Uma abordagem crua
O personagem é uma frase
sem passado, sem vestígios
e nua.





Tuesday, June 10, 2014

Madrugada





Pensamento voa.
O calor me ronda.
O coração  acelera
Quando sopra
inspiração genuína.
sou escravo dela.

O sentimento pega
no galope vou indo
a escrita se anima.
e eu sigo sorrindo.
O receio é um medo
que excita o instinto.

Ao olhar que encontro
Em um passeio solitário
Dou-lhe um abraço apertado
desse nosso encontro
escondido.
sentido
e zelado.


À paixão que se despede.







Ao ponto que cheguei
É inevitável que na bagagem
tenha um tanto de tristeza.
Tem coisa que a vida planta
pro broto ficar mais forte.
pro caula não quebrar ao vento.

Essa coisa aqui dentro
de querer amar mais.
Ora viver em despedida
de um desejo que não se conhece mais.
Uma folha passeia no rio
pro rumo que tiver que ser...


Nesse frio, traz tranquilidade
sentir o sol aquecer.
Depois de confundir o ponto com vírgula
e insistir,
pra desfazer o nó
ou pra achar a rima.
Deixei fluir.

Coisa que talvez seja sina.
O amor, eu sei, mesmo nas horas que não equaliza
Faz crescer, ensina.
Fosse rima feria
Foice embora afiada.


Me deixei levar pela ilusão
da chave pro meu próprio íntimo.
A embarcação foi-se embora,
me atirei no mar.
Mas pra nadar à liberdade
Dela um dia ter estado lá.

06:25
(imagem de autor desconhecido)

Saturday, May 31, 2014

As plantas do terraço.


Quanto mais conhecimento
mais se descobre
parte da ignorância.
Horas me fecho
Com medo de errar
"E quem não erra, afinal."
Precisei perguntar.

Uma rosa se abriu
Pétala, cor, espinho...
E tudo fica pequeninho
diante as dádivas da vida.

Essa coisa arredia
algumas vezes até bruta
na labuta, lapida.
Na coisa nua
é alma
e está viva.

Tento não temer
chamar o bom na calma.
Quando em mim há ira
irradia na polaridade outra coisa
que me lava
e lavra.

Monday, January 27, 2014

Ventanejando





Ao lavar a roupa no terraço, observo os pássaros que passam ligeiros, parecem não querer perder o horário. Penso uma poesia. No momento, ao invés do papel, tenho em mãos uma roupa suja, manchada na parte superior de molho de tomate. Esfrego como quem rabisca, porém a poesia é tão visceral, deseja tanto ganhar um corpo que, acabo por versar em voz alta. Só para não deixá-la perdida no pensamento. Penso nela voando com o vento através dos tempos e sendo escrita, quem sabe um dia, por outrem, ou por mim mesma, abraçando a lembrança desse agora. 

Ádila Ágatha de Carvalho.
(Imagem de autor desconhecido)