Ao
lavar a roupa no terraço, observo os pássaros que passam ligeiros, parecem não
querer perder o horário. Penso uma poesia. No momento, ao invés do papel, tenho
em mãos uma roupa suja, manchada na parte superior de molho de tomate. Esfrego
como quem rabisca, porém a poesia é tão visceral, deseja tanto ganhar um corpo
que, acabo por versar em voz alta. Só para não deixá-la perdida no pensamento.
Penso nela voando com o vento através dos tempos e sendo escrita, quem sabe um
dia, por outrem, ou por mim mesma, abraçando a lembrança desse agora.
Ádila Ágatha de Carvalho.
Ádila Ágatha de Carvalho.
(Imagem de autor desconhecido)
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