Friday, November 04, 2016

Elucubração




Lá vinha o tempo,
Adentrando o texto
Resgatando o passado.
Conforme o desejo do verbo
Eu reacendo ou apago?

Numa madrugada de prosa
Que preencherá
E que se perderá, enfim
Será que na hora certa
irá depor
à favor de mim?

O silêncio é um rascunho
Que talvez nem seja relido
Deixo ressurgir entre as lembranças
Seu modo precioso
e preciso
de repente...
Queimando feito chama livre
Se expandindo com o vento.

(... um grande trago e longa pausa)

Assim como veio
A lembrança se foi
Apressada.
Fez-me guerra
e desistiu da batalha.

Tudo fica oco.
Um vazio sem lamentação
Oco
Que algumas vezes é flauta
Que soa linda canção
E outra um murmúrio horrendo
que doe ao coração.

Novamente o tempo,
Adentrando o texto
Resgatando o passado.
Conforme o desejo do verbo
Reacendo
ou apago?

Soprei!

(... havia nesta cadeira uma mensagem que dizia: Mariana, te amo. Fiquei, então, pensando sobre o sentimento que criou essa ação, de declarar-se. )