Saturday, February 17, 2007

Prega dores



Preg’um sorriso na cara de alguém
Preg’um pedaço de seu pensamento, no pouco que diz
Prega falta de bom senso também
Por ser livre.

De tudo que observa
Parte daquilo sempre fica pregado na sua caixinha
Como uma casinha dentro do peito,
Pra guardar venturas

Prega cores
Prega amores

Mas de tudo que prega
Sempre aprende no que prega dores.

Ádila Ágatha de Carvalho

Olhos prosos






A fala, em silêncio,
Naquele olhar tão intenso
Como se fosse grito
E não lágrima
Diz que estranha
Vê-se pela íris castanha
Que de encarar um outro
Quase chega ao gozo
Tamanho o sentido de o ver.

Muitas vezes até sorri
Mesmo séria
Mas se ria,
Não seria séria
Apenas aquele tal contentamento
Descontente.

Observa, absorve
Come com os olhos
Suga com o olhar
Fixando até os poros
Pra vê se retem o outro
Pra masturbar a consciência
Quando nem a idéia de um outro existir
Acompanhar-lhe

A fala, em silêncio,
Naquele olhar tão intenso
Diz tanta verdade
Como mente
Mas comumente fecha os olhos
Porque teme o subentender

[no céu da boca, que nem trovão, pode chover contradição]



Ádila Ágatha de Carvalho