Parece que a fonte,
De fronte a retina minha,Resigna-me o tanto que mina
Me denomina pessoa que tem sede
Parece também afronto,
Tem água de saciar,
Em mim e nas gerais.
E não sede.
Mas eu não posso beber.
É uma nascente abundante,
E fica logo ali de fronte a minha sede.
E não sede.
Vontade imensurável de m’embebedar
E depois conter
Esconder a secura que há adentro,
Um sertão vasto,
Que nem tem cacto,
E que tem espinho.
Parece uma fonte de afronto,
Minha sede se resigna,
E míngua com a lua,
Cheia de sede.
Que não sede.
Mas eu não posso beber.
Ádila Ágatha de Carvalho (outubro de 2009)
No comments:
Post a Comment