Monday, October 26, 2009

A cor dar ao dia.





Quero acordar a cor,
Desse acorde que me soa suave,
Do temperamento que não se receia,
Mergulhando em liberdade.

Quero apenas que adormeça
Esse palpitar que hora é mais explosão,
Desse vôo que se faz introspectivo
Mas que processa um coração.

É difícil viver em continência,
Tentando se invisibilizar
Mas depois de muitos fracassos,
Desistir parece verbo de conjugar.

Tu desistes,
Eles desistem...
A vida parece moer aqueles que insistem.
Parece uma guerra em que todos estão sendo convocados.
E mal sabem em prol do que batalham.

Quero acordar a cor,
De o dia não ruir com a noite,
De a escuridão ser apenas um açoite
Que fura o céu em pequenas estrelas.

Se eu não desisto...
Se tu não desistes...
Tornamo-nos versos mais que perfeitos.
Onde ninguém mais adormece o peito.
Com a peleja de sentimentos tristes

Pareço uma calmaria que abriga uma explosão.
Rogando para que não me enxerguem como mais um soldado
Desse mundo em transformação de tornar-se vão,
E vasto
De tom tão sem emoção.

Eu quero a cor dar neste dia,
Mesmo uma cor de céu nublado,
Uma doçura mais que extensiva
Feito giz que se expressiva num quadro.


Ádila Ágatha de Carvalho (outubro de 2009)







Conheci um dia colorido,
E guardei com muito trato,
Em nuances que parecia até pintura
E que na retina se fez grafia de imagem.
Era foto e retrato


Mas parece que em dia de chuva,
Aquele tanto de cor nem se retrata,
A chuva pula pela janela,
E maltrata a pintura de cinza.

A lembrança não se protege
Se reboliça no atemporal
Parece que ora desiste
E a recordação não resiste
Diante à resignação da tempestade

Milhões de sorrisos no arquivo,
Sendo corrompido pelo arquétipo de um choro
Antes fosse temporário,
E menos temperado de mágoa.


Ádila Ágatha de Carvalho (outubro de 2009)