Wednesday, October 14, 2009

Meu nu é breu na proa do corpo.






Há várias maneiras de se ficar nu;
Quando se abre a boca da alma,
Quando deixa os olhos encarar outro...
Ser sincero é estar nu.
Encarar é permitir mergulho.

A pele e seu vértice,
Os poros e pólos silvestres,
Sem roupa eu sou apenas breu.
Não estar de roupa é ser apenas espécie.
A minha roupa sou eu.

Às vezes, dá-me até vergonha...
É como ficar nua abrindo os olhos.
E meu nu é breu.
Olhos negros.
Olhos negreiros...

O corpo mais me parece abrigo
Não me repele como que gaiola.
Das tatuagens na proa da pele.
Que ecôo estantes leves
Uma breve capa que optei desenhos

Sem roupa eu sou apenas breu.
Sentimentos que desconheço,
Muitos, tantos, vários, eticéteros...
Sentimentos novos, velhos...
E procriam sentimentos amais.
O nu da falta de roupa aguça só os animais.

Meus impulsos de percurso
Entre o meu pensar e meu pulso,
Faz de mim uma pessoa desnuda.
Porque quem me lê, me vê crua.

Meu nu é breu na proa do corpo.
Só se vê abaixo a pele
Exceto na visão dos tolos
Meu nu é de todos e de tudo,
Quando me lêem descrita naquilo que com.punho.


Ádila Ágatha de Carvalho (Setembro de 2009 )



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