Saturday, November 21, 2009

Imundo - Inundo de mundo.







Quisera ser principiante,
Desses que nunca se principia a coisa alguma.
Passo que não é o primeiro,
Degrau que não se sabe.
Que se sobe
Sem intenção alguma do altificar.

Parece que me inunda de mundo
Cada passo em falso,
Eu afundo
Faço de mim errante
E vicejante de catástrofes.

Meu psicoilógico
Esbraveja sentimentos estranhos,
Mas parece que entranho,
Mesmo tentando estar inerente.
Me moribundo
Demente que desmemoria o peito.

Parece de se fazer derradeiro,
Seguindo e cantando rumo ao alheio.
Matando a vontade de nadar,
À vontade na ação da mergulhada ao nada.
Uma arrogante crônica de contratempos
Sincronizados
Padronizados de despropósitos.

Quisera ser principiante,
Desses que nunca se principia a coisa alguma.
Que não reclama da falta
Que não experimenta o ter.

Quisera apenas desconhecer
O terno sabor do deleite,
Não esperançar-me do que é alheio
Ser um boiadeiro,
E tocar a boiada pro além.

Quem me dera apenas ser alguém,
Principiante que nunca se principia,
Que não inicia,
Apenas se envaidece de paz

Contida

Atinando plenitude.
Não me inundar de mundo,
Evitar tornar-me mais um imundo.
Desnudo de decência

Quisera ser alguém que não ama,
E que também não se amedronta
Diante a avidez da vida.


Ádila Ágatha de Carvalho ( novembro de 2009)

1 comment:

Thiago said...

ceder a si, se esvair
realocar a essência
deixar de ser
e sem sentir.

sumir.

uma supernova milimétrica
ensejando um novo ser
mais capaz,
perspicaz.

a melodia anuncia
que na poesia há um suicida
versos de sangue
indo e voltando à anos-luz
universo.

uno.
que versa.
um só verso.