Thursday, March 06, 2008

Tenho andado nua, mas nunca tão vestida de mim mesma...



A vida é renovável,
De combustível independe da nossa avidez

Por mais que tentemos estar inerentes
Ela vai acontecendo
diante dos nossos olhos.
Mesmo que fechados.
Por vontade,
Ou por ventura dela mesma; a vida.

A ânsia de liberdade,
Por contínua sensação de incompatibilidade
Seja consigo ou com os outrens que nos vem.
Não nos é um bilhete de ida a lugar algum.

Acredito que quando não preparados.
Conseguimos viver enclausurados:
Mesmo sem grades,
Mesmo com asas
Mesmo no ar.

Penso que a nudez não vem da ausência de vestes
Mas da liberdade da alma mostrar-se crua.
Isso digo de mim,
Quando estou deveras nua.

Tenho andado nua,
Mas o gosto do cru é mesmo meu gosto.
E meu mal gosto não vem dos temperos
Porque a vida é têmpera, de fato;
E nem me incomodo.

Tenho andado nua,
Tenho andado nua...
Tenho andado crua,
Mas eu nunca estive mais vestida de mim mesma como agora...


Ádila Ágatha de Carvalho

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