Friday, November 10, 2006

Entre átrios e ventrículos auriculares...






Entre átrios e ventrículos auriculares...
Se é que pode, tamanha barbaridade.
Mas arre!
Tamanha situação,
Que pensei que morava nos olhos, o meu coração.

Olhos prosos.
Dilatam-se
Delatam-se
Abrem a janela da alma,
E pra escancarar a porta,
Não leva muito tempo.
... e até chegar a casa coração
Sempre avante,
Rumo ao meu infinito finito ao peito.

Olhos prosos,
Que devem de ter um sistema cardiovascular próprio.
Olhos que costumam marejar,
até com um leve sorriso.
Olhos que tendem a deixar nítido,
Aquele barco que vaga,
E cria portos utópicos,
Para não encarar-se como o próprio fantasma,
Quando sente-se assombrado.
Sendo o assustador,
O susto,
E o assustado...

Olhos que...
Que às vezes sorriem.
Mesmo quando a face se contrai.

Olhos que são negros como petróleo,
Olhos que são prosos.
Tendem a ser poço,
Pendem a ser porta...

Olhos que contradizem minha boca,
E me chama de mentirosa.

Ádila Ágatha de Carvalho


   *  Fala em silêncio

Algumas vezes preciso dizer calada.
Deixar nas entrelinhas da pálpebra
Deixar morrer a fala
Da íris delatora
Dilatada.
Algumas vezes preciso dizer calada.
Preciso dizer
Que não vou dizer nada
Que no céu da minha boca
Há nuvens que nem sempre chovem
Palavras soltas e nuas.
Nem mesmo um raiar,
Como um sol nascendo
De frases e versos se contorcendo.
Tecendo e só.
Que às vezes a minha fala
Não se cala
Apenas fala em silêncio.

Ádila Ágatha de Carvalho















Click no link ao lado para ouvir a poesia em forma sonora.



http://wagnerpyter.multiply.com/video/item/4

3 comments:

jorge augusto da maia said...

sei lá. acho esse poema bom
mas ele poderia ser muito bom.
acho que vc enchugou pouco
mas gostei.
abs

jorge augusto da maia said...

enxugou kkk

Luanny said...

ótimo poema!