Tuesday, January 23, 2007
Mas do semblante sequer o esboço
Quase sempre o silêncio
Mesmo quando o riso pula no rosto
É do meu gosto
Mas do semblante sequer o esboço
De esse rir
E fica um ‘se’...
A hipótese de riso
Mesmo quando acho preciso
Ou nem isso
Apenas a vontade se deixando levar
Do querer me alegrar
Mas desse verbo,
Só querer
Mas não conjugar
Mesmo achando uma dádiva
Ser outra, que também sou eu
Volta e meia, vem-me um breu,
Por ter além do eu, também D’ávila
Ádila Ágatha de Carvalho
Que é das mulheres...
Aquele tal gozo, que é das mulheres
Quando se é menina
Ou se é moça
Um intermediário entre a alma e a boca
Não condizendo,
Se cala?
Apalpa pálpebra
Fechando e abrindo
Num choro.
Que no céu da boca só tem diabos
E dos lábios de baixo
Não se fala o gozo
Não se tem um outro
E a nudez de dentro
Faz-se solidão
Os pulmões fazem amor com o coração
E desse amor um ar pra respirar
Mas o peito não bate mais forte
Deve de ser falta de sorte
Ter num algoz
O desgosto de não ter um alguém
Ádila Ágatha de Carvalho
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